Por tuas canções me calo – ser que assiste
Pequeno grão de areia em meu deserto
Como pode o amor ser belo e ao passo, triste
Por fora tão distante e em mim tão perto?
A cada passo ardor, palavra, grito
Onde eis que escondo em mim ternura e medo
E provo em doce e amargo o que há escrito:
Mesmo em mistério não guardo segredo.
Escondo dessa vida a minha vida
E nesse amor a mente desconhece
Meu corpo, bem profano e sacrossanto
Templo em que jamais um deus duvida
Que tua sagrada e pura alma em prece
A mim se junta e faz da cor teu manto.