19.12.06

Sobre Santa

Ode ao Papai Noel:

O bom velhinho não vai para a Somália este ano.
As crianças de lá não comeram tudo direitinho.
¬¬

Sobre o guarda-chuva

Todo mundo perde guarda-chuva.
Ninguém acha.
Eu gostaria de saber onde é que eles se escondem.

Sobre o sutiã


Couraça de pano, porque não poupa meu coração da gravidade?

18.12.06

Sobre o romantismo



Melhor que viver romances

tem sido lê-los antes de dormir.

30.7.06

Saudade




















Então, de repente, descobres: saudade é isso...
Peito vazio e mudo, um chão sem flores
E um ego insano a esconder-te as dores
Num corpo nu, às sedes submisso.

Não sois tão forte como gostarias tanto...
Talvez na alma, no orvalho da noite.
Quem dera o corpo em peito aberto e açoite
Fosse maior que esse teu desencanto.

Amar é tão mais belo que esse mundo
Que o mesmo pune, por inveja, o sonho
De um coração entregue ao ser profundo
Deixando teu olhar assim, tristonho.

Mas a saudade de teu peito assim, doída
Que ousas chamá-la, aos ventos, de lembrança
Transforma em arte e luz tua partida
E meu vazio num poema de esperança.


Regi

2.5.06

Cecília




A menina translúcida passa.
Vê-se a luz do sol dentro dos seus dedos.
Brilha em sua narina o coral do dia.

Leva o arco-íris em cada fio do cabelo.
Em sua pele, madrepérolas hesitantes
pintam leves alvoradas de neblina.

Evaporam-se-lhes os vestidos, na paisagem.
É apenas o vento que vai levando seu corpo pelas alamedas.
A cada passo, uma flor, a cada movimento, um pássaro.

E quando pára na ponte, as águas todas vão correndo,
em verdes lágrimas dentro de seus olhos.

Meirelles

3.4.06

Ontem, o céu.

Estrelas Cadentes:
ali, estrelas.
Cá, dentes.

Enraizamentos



1. O Amor. A Terra.

2. O amor, a terra...

3. O : amor. A: terra.

4. O amor à terra.

5. O amor aterra.

8.2.06

Se


(um poema que me leu)

Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...
Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...
Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...
Se eu retiver um pouco mais
Do pouco que é necessário
E persistir indiferente ao grande pranto do mundo...
Se algum ressentimento,
Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,
E, mais ainda,
Se ainda não souber sinceramente orar
Por quem me agrediu e injustiçou...
Se continuar a mediocremente
Denunciar o cisco no olho do outro
Sem conseguir vencer a treva e a trave
Em meu próprio...
Se seguir protestando
Reclamando, contestando,
Exigindo que o mundo mude
Sem qualquer esforço para mudar eu...
Se, indigente da incondicional alegria interior,
Em queixas, ais e lamúrias,
Persistir e buscar consolo, conforto, simpatia
Para a minha ainda imperiosa angústia...
Se, ainda incapazpara a beatitude das almas santas,
precisar dos prazeres medíocres que o mundo vende...
Se insistir ainda que o mundo silencie
Para que possa embeber-me de silêncio,
Sem saber realizá-lo em mim...
Se minha fortaleza e segurança
São ainda construídas com os materiais
Grosseiros e frágeis
Que o mundo empresta,
E eu neles ainda acredito...
Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...
Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...
Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Sem realizar o Cristo, que,
Dentro de mim,
Eu Sou,
Terei me perdido na multidão abortada
Dos perdulários dos divinos talentos,
Os talentos que a Vida
A todos confia,
E serei um fraco a mais,
Um traidor da própria vida,
Da Vida que investe em mim,
Que de mim espera
E que se vê frustrada
Diante de meu fim.
Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.

(José Hermógenes)

30.1.06

As doenças e você




Segundo a psicóloga americana Loise Hay, todas as doenças que temos são criadas por nós.
Afirma ela, que somos 100% responsáveis por tudo de ruim que acontece no nosso organismo.
"Todas as doenças tem origem num estado de não-perdão", diz a psicóloga. Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar. Quando estamos empacados num certo ponto, significa que precisamos perdoar mais. Pesar, tristeza, raiva e vingança são sentimentos que vieram de um espaço onde não houve perdão.

Perdoar dissolve o ressentimento. A seguir, você vai conhecer uma relação de algumas doenças e suas prováveis causas, elaboradas pela psicóloga Louise. Reflita, vale a pena tentar evitá-las.
Doenças / Causas:

AMIGDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada.
ANOREXIA: Ódio ao extremo de si mesmo.
APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.
ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem.
ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo.
ASMA: Sentimento contido, choro reprimido.
BRONQUITE: Ambiente família inflamado. Gritos, discussões.
CÂNCER: Magoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.
COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria.
DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de autovalorização.
ENXAQUECA: Medos sexuais. Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro.
FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer.
GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação.
HEMORROIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado.
HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.
INSONIA: Medo, culpa.
LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.
MENINGITE: Tumulto interior. Falta de apoio.
NÓDULOS: Ressentimento, frustação. Ego ferido.
PELE (ACNE): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.
PNEUMONIA: Desespero. Cansaço da vida.
PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro, não resolvido.
PRESSÃO BAIXA: Falta de amor em criança.
PRISÃO DE VENTRE: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.
PULMÕES: Medo de absorver a vida.
QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução.
RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas.
REUMATISMO: Sentir-se vitima. Falta de amor. Amargura.
RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional. Culpa, crença em perseguição.
RINS: Crítica, desapontamento, fracasso.
SINUSITE: Irritação com pessoa próxima.
TIREOÍDE: Humilhação.
TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular remorsos.
ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante.
VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.
Curioso não?
Por isso vamos tomar cuidado com os nossos sentimentos, pensamentos... principalmente com aqueles que escondemos de nós mesmos.

9.1.06

Osama




O filme Osama, de Siddik Barmaq, conta uma história comovente e foi o primeiro filme produzido após a queda do regime Taleban, contando incrivelmente com um orçamento inferior a 50 mil dólares. Todos os atores são personagens reais do drama que vivem na ficção. Marina Golbahari, por exemplo, foi encontrada por Siddik ao pedir esmolas nas ruas de Kabul.
Sob a mão pesada do regime Taleban, as mulheres do Afeganistão eram proibidas de deixarem suas casas sem a companhia de um homem. Porém, num país devastado por guerras, não é raro que muitas famílias se resumam às mulheres - viúvas e mães enlutadas - e, neste caso, o que fazer? Permanecer em casa e morrer de fome? Em Osama, o diretor Siddiq Barmak nos apresenta a uma garota de 13 anos que, para ajudar a mãe e a avó, é levada a se passar por um menino (adotando o nome Osama) a fim de poder trabalhar.
Assista.
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 82 minutos
Ano de Lançamento (Afeganistão): 2003
Site Oficial: www.mgm.com/ua/osama