30.7.06

Saudade




















Então, de repente, descobres: saudade é isso...
Peito vazio e mudo, um chão sem flores
E um ego insano a esconder-te as dores
Num corpo nu, às sedes submisso.

Não sois tão forte como gostarias tanto...
Talvez na alma, no orvalho da noite.
Quem dera o corpo em peito aberto e açoite
Fosse maior que esse teu desencanto.

Amar é tão mais belo que esse mundo
Que o mesmo pune, por inveja, o sonho
De um coração entregue ao ser profundo
Deixando teu olhar assim, tristonho.

Mas a saudade de teu peito assim, doída
Que ousas chamá-la, aos ventos, de lembrança
Transforma em arte e luz tua partida
E meu vazio num poema de esperança.


Regi