Elegia ao conceito quadrado:
Teclo um soneto em bolha
Dedos soltos como a folha
Solta no vento assoprado.
Relacionar-se, um ardil... Cuidado!
A metáfora da ilusão
Hiperboleia o quadril... Pecado!
Vira um nó o coração.
Amor, flexível-mutante.
Mas o que é tão imutável
Pois que tudo é vulnerável
-da formiga ao elefante?
Há um desenho no rio
Já não há mais, pois se rompe
Na sístole de um vazio.
E o que lê esta estrofe que rima
Já não é o leitor da primeira
Do poema que nunca termina
Dois quartetos, dois tercetos?
Meu soneto é como eu queira
Dou-te palavras, não guetos
Fechados, com eira e beira
Viva o ser flexível,
Dobrável, que se transmuta
Vendo a incompreensível
Cor daquilo que escuta
Pois se o amar é assim
Conhecer o desconhecido
Que habita dentro de mim
Eis que meus olhos abertos
São os mesmos raios incertos
De estrelas num céu de nanquim.
23.10.07
Subscribe to:
Posts (Atom)