25.12.10

Dois

Por tuas canções me calo – ser que assiste

Pequeno grão de areia em meu deserto

Como pode o amor ser belo e ao passo, triste

Por fora tão distante e em mim tão perto?


A cada passo ardor, palavra, grito

Onde eis que escondo em mim ternura e medo

E provo em doce e amargo o que há escrito:

Mesmo em mistério não guardo segredo.


Escondo dessa vida a minha vida

E nesse amor a mente desconhece

Meu corpo, bem profano e sacrossanto


Templo em que jamais um deus duvida

Que tua sagrada e pura alma em prece

A mim se junta e faz da cor teu manto.