20.6.13

Dualidades


Cidade-sol dentro de mim
Fresta de luz, meu alento, 
que eu não me engane com as sombras do caminho. 
Brasília é espelho
País, estado, cidade, esquina, corpo, alma, chão
Folha e pena, plena, plana, palma em vão
Brasília não tem mar
Brasília não tem mar
Mas é tão espelho na mão de Vênus
que chega dói de ver um rosto
e enxergo o oposto
dessas formas de amar.

13.6.13

Apontamentos

Hoje me cansei de apontar meus lápis
e apontei um poema com estilete.
Tão fino, ele correu mais o risco
que um pensamento em zero-cinco
sobre a minha pele trinta e dois
quase trinta e três, disse - e vivi:
Quando cansei da incompreensão
foi que eu quis compreender. 
Quando cansei de compreender
foi que eu quis aceitar.
Quando cansei de querer aceitar
simplesmente quis
(mas querer também cansa).
Daí me cansei de querer
E me cansei de
E me...
can... sei...
Sei.
Sei?
ei!
(...)
...
..
.
(se desenhar é correr o risco é melhor saber apontar)