28.5.08

Lunar

Pérola preciosa, boa noite.
Hoje meus olhos doem. Pernas, pulso, seios de abacate imaturo,
tangerina ácida entre os dentes.
Abaixe o volume da música! Hoje estou assim.
Humanamente assim. Anote isso.
Silêncio profundo e sangue... Preguiça.
O mês corre.
O ventre escorre.
Mas olhe para o céu:
A Lua e eu somos cúmplices do mesmo ritmo compassado - e sem futuro.
A verdade não tem futuro.
A verdade é que agora, exatamente agora, preparo os lençóis vermelhos
E, mulher sem culpa,
Vou dormir num quarto minguante.

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